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Poeta José Carlos de Freitas – Síntese biográfica

José Carlos de Freitas (06/03/1964)

Natural do município de Senhor do Bom Fim, interior baiano, José Carlos de Freitas muda-se para Salvador em 1997, onde ocupara o cargo de fiscal da Prefeitura na Feira de São Joaquim. Ainda nos idos de sua infância Jotacê Freitas, como ficou artisticamente conhecido, iniciou-se pelos caminhos da Literatura popular por intermédio de sua mãe que devota do Padre Cícero Romão Batista e de Lampião costumava adquirir na feira os cordéis que retratassem esses personagens, instigado ainda pela cantoria livre embalada por deficiente visual enquanto transitava na feira livre.

Influenciado pela literatura popular aos 10 anos de idade, Jotacê dá seus primeiros passos na convivência com esse gênero literário.

Já em Salvador ingressa no Curso de Letra na UFBA torna-se bolsista de Literatura sob a orientação Doralice Alcoforado e começa a pesquisar a literatura popular  dando continuidade a sua produção com versos livres escritos em cordel. Nessa convivência e aprofundamento teórico Jotacê passa a valorizar a literatura popular em especial arte do cordel passando a dedicar-se a sua própria produção, mesmo sem considerar o rigor da métrica. Proposta que na contemporaneidade pode ser vista como processo de inovação com  rimas toantes.

Sua produção abarca temas transita por temáticas educativas, bem como direciona também sua produção para o público infantil. Poeta, professor e palestrante atua em todas as idades e públicos por meio da versatilidade da literatura de cordel.

O poeta tem sua produção mais de oitenta cordéis publicados que ele mesmo edita de maneira artesanal. O poeta-professor revela em seus escritos um senso lírico provavelmente influenciado pela literatura de Leminski, Oswald e Mário de Andrade. Entretanto, o que se pode afirmar que Jotacê traz em seus escritos um certo humor critico, a exemplo registramos os poemas extraídos do livreto Entrelinhas.

De quando eu era pequeno

 

 O meu maior sonho

era usar calça comprida

para fazer pose

para as meninas crescidas.

 Caminhava muito

pela estação do trem

e de vez em quando batia a cabeça

nos postes dos telégrafos.

 Minha mãe bradava

que eu só podia

ter minhoca na cabeça.

 Meu pai amenizava:

 deixa o menino, mulher,

 quem sabe ele terá

mente fértil?

 

Da juventude

 

tudo imediato

pra já

tudo a jato

como se o tempo

não se acumulasse

passo a passo

 

Da preservação

 

saindo da toca

um lagarto

se abisma com a destruição

seu lar

seu ninho

sua casa

é canteiro de construção

com as unhas

na pedra cravadas

lamenta

a própria extinção.

FONTES CONSULTADAS

ARAÚJO, Roselí. Jotacê Freitas. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopedia Nordeste/index.php?titulo=Jotac%C3%AA+Freitas>. Acesso em: 10 out. 2014.

CAVALEIRO DE FOGO.  Verônica de Vate – Jotacê Freitas. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://jivmcavaleirodefogo.blogspot.com.br/2012/04/veronica-de-vate-jotace-freitas.html>. Acesso em: 11 nov. 2014.

FELICÍSSIMO, Gustavo. O poeta Jotacê Freitas. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://sopadepoesia.blogspot.com.br/ 2009/06/o-poeta-jotace-freitas.html>. Acesso em: 12 out. 2014.

FREITAS, Jotacê. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=120077 >. Acesso em: 15 jun. 2014.

POESIA BAIANA. Perfil – Jotacê Freitas. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <https://poesiabaiana.wordpress.com/catego ry/poesiapopular/cordel/>. Acesso em: 10 nov. 2014.

WIKIPÉDIA. Senhor do Bom Fim. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Senhor_do_ Bonfim_%28Bahia%29>. Acesso em: 10 out. 2014.

Poeta Altair Leal – Síntese biográfica

Altair Leal (1960 –  )

Nascido na cidade de Limoeiro localizado nMesorregião do Agreste e na Microrregião do Médio Capibaribe do Estado de Pernambuco, em 1960. O poeta radicou-se na cidade do Recife desde 1975 onde tornou-se funcionário público municipal, além de atuar na área de radicalismo. Sua poética de tradição eminentemente oral buscou no cordel sua forma de fixação,  manifestação e divulgação de sua produção literária, muito embora também escreva poesia de versos livres e sonetos.

O poeta possui envolvimento nos movimentos literários pernambucanos, é membro da Academia de Letras e Artes de Paulista, Pernambuco, Membro da União de Cordelistas de Pernambuco (Unicordel) e da União Brasileira de Escritores, seccional Pernambuco, além de compor o grupo de Invenção de Poesia de Recife. Eclético, sua produção literária se caracteriza por temáticas irreverentes e de alerta social, a exemplo dos que versam sobre Dengue, Água, Leite Materno entre tantos outros temas sociais.

Versátil Altair Leal desempenha em sua trajetória vários papeis o de poeta, cordelista, líder de movimentos culturais, tanto que integra o grupo de Intervenções da Poesia na cidade do Recife. Sua verve poética o destaca como recitador acumulando prêmios nessa arte a exemplo da conquista do 1º lugar na RECITATA (Concurso de Recital Poético do Festival Recifense de Literatura  em 2007) e 5º lugar no mesmo concurso no anos de 2006. Além destes prêmios alçou ainda o terceiro lugar  na Expo Saúde do Recife com o Cordel de Combate a Dengue.

Atua ainda como facilitador e multiplicador da arte popular ministrando oficinas de cordel, ativador cultural no estado de Pernambuco e recitador reconhecido. Em um de poemas Altair Leal, em sua versatilidade lírica, escreve:

 

Quando um dia eu partir pra outra vida

Vais chorar por não ter o meu calor

Mas te juro eu lutei por teu amor

Tantas vezes eu chamei de querida

E ao sentir que na minha despedida

 

Nada levo a não se triste caixão

Tantos anos, de você levei um não

E este não só me trouxe amargura

Quando tu for passar na sepultura

Vai sentir que ainda bate um coração

 

No final meus pecados vou apagar

Parto livre no dia que eu morrer

E bem sei quando isso acontecer

Ao saber que muito vais chorar

As maldades que eu fiz você passar

 

Foram tantas que tiraram teu apreço

E o chão frio que meu novo endereço

Vela o corpo de mais uma criatura

Ao passar cuspas a minha sepultura

De você é só isso que mereço

FONTES CONSULTADAS

LEAL, Altair. Disponível em: <http://ubepaulistape.blogspot.com.br/p/blog-page_10.html>. Acesso em: 10 nov. 2014.

LEAL, Altair. Disponível em: <http://www.interpoetica.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=181&catid=48>. Acesso em: 10 out. 2014.

LEAL, Altair. Disponível em: <http://www.panteracordelaria.blogspot.com.br/>. Acesso em: 10 out. 2014.

LEAL, Altair. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Altair+Leal>. Acesso em: 10 out.  2014.

LIMOEIRO. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Limoeiro_%28Pernambuco%29>. Acesso em: 09 dez. 2014.

MIRANDA, Antônio. Perfis: Altair Leal. Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/altair_leal.html>. Acesso em: 09 dez. 2014.

 

Poeta Leandro Gomes de Barros – Síntese biográfica

Leandro Gomes de Barros (19/11/1865 – 04/03/1918)

Poeta popular nascido em 1865, na fazenda Melancia, Município de Villa do Pombal, Estado da Paraíba. Pode ser considerado o primeiro poeta popular caso esse título não caiba a Pirauá, que publicou estórias versadas em folhetos. Sua veia poética parece ter surgido as 15 anos de idade, na Serra de Teixeira, Paraíba, região que imperavam cantadores e glosadores, ao conviver com sujeitos de expressiva significância para a poesia oral no Brasil, dentre os quais merecem destaque Nicandro Nunes da Costa, Bernardo Nogueira, Inácio da Catingueira e Romano Mãe d’água. Aos dezesseis anos de idade transferiu-se para o estado de Pernambuco, onde residiu por longos anos nas cidades de Vitória de Santo Antão, Jaboatão e, posteriormente, Recife.

Apesar do pouco domínio da lecto-escrita, como ele mesmo afirma na sextilha de A Mulher Roubada, publicada em 1907, no Recife escreveu:

Leitores peço desculpa

Se a obra não for de agrado

Sou um poeta sem força

O tempo tem me estragado,

Escrevo há 18 anos

Tenho razão de estar cansado

Ele escreveu mais de mil narrativas, concretizadas através do investimento que realizou na produção, comercialização e veiculação de uma mídia diferenciada que alcançaria todo o Nordeste do Brasil, o folheto de cordel. Viveu exclusivamente de produto de suas histórias rimadas iniciando sua escrita em 1889. Leandro glosava, mas não era repentista; escrevia. E foi escrevendo e vendendo folhetos que sustentou enorme família que construíra com D. Venustiniana [Eulália de Souza] Aleixo de Barros. Leandro bebia sem ser alcoólatra e disso nunca fez mistério. Num folheto escreveu sobre suas bebedeiras. É preciso levar em conta que a métrica, a rima e o senso de humor faziam o poeta beber mais nos versos que na realidade. Tinha um espírito crítico e não deixava escapar uma única oportunidade de ler com olhos críticos a realidade. Possibilitando fluir o espírito criativo, utilizava-se frequentemente da paródia, da sátira e da alegoria, para tratar temas da realidade, questões facilmente assimiladas e compreendidas por seus leitores. Leandro produziu cerca de 20 romances de 32 a 48 páginas. Câmara Cascudo em seu livro, Vaqueiros e Cantadores (1984), registra que Barros escreveu para sertanejos, matutos, cantadores, cangaceiros, almocreves, comboieiros, feirantes e vaqueiros. Seus versos eram lidos nas feiras, fazendas, sob as oiticicas, no oitão das casas pobres, nas horas do “rancho”, soletrados com paixão, admiração com uma certa dose de fanatismo. Após extensa e significativa produção literária, o poeta faleceu em 04 de março de 1918, deixando sua produção literária para seu genro e também escritor, o paraibano Pedro Batista que publicou suas histórias por volta de 1920, quando a viúva vendeu parte dos direitos autorais ao poeta João Martins de Atayde. Apesar disso, outras pessoas também republicaram seus textos sem conceder-lhe o direito de criação, embora esta fosse uma de suas preocupações, considerando que na maior parte de seus impressos ele demonstrou preocupação com questões de plágio, registrando em 09 de julho de 1917, na História de João Cruz, o seguinte:

  Aviso Importante

Aos meus caros leitores do Brasil – Ceará, Maranhão, Pará e Amazonas – aviso que desta data em diante todos os meus folhetos  completos trarão o meu retrato. Faço este aviso afim de prevenir aos incautos que tem sido enganados na sua bôa fé por vendedores de folhetos menos sérios que teem alterado e publicados os meus livros, comettendo assim crime vergonhoso.

A mesma preocupação parece continuar com o autor que insiste em alertar aos leitores, como registra na obra A Peleja de Antonio Batista e Manoel Cabeceira: “O autor reserva o direito de propriedade”. E acrescenta em a Batalha de Oliveira com Ferrabraz: “O editor e proprietário reserva os direitos de reprodução de acordo com o Artigo 649 do Código Civil”.

Ainda precavido acrescentou na Alma da minha Sogra: “Aviso: Com o fim de evitar abusos constantes, resolvi d’ora em diante estampar em todas as minhas obras o meu retrato em um clichê, sem logar determinado”.

De acordo com Marques (2011) a poética de Leandro Gomes de Barros atravessou o século XX perpassando por várias regiões do país abordando temáticas das mais variadas, como assinalou Viana (2005, p. 2) ao referir-se a Leandro Gomes de Barros como pioneiro da literatura de cordel:

 

Leandro foi um gigante

À poesia popular

Deu legado relevante

Escreveu drama e tragédia

Fez gracejo e fez comédia

Com sua lira atuante.

A sua obra sabemos

Ser centenas de poemas

Escreveu vários estilos

Seguindo vários esquemas

No romance e no folheto

Sua pena era amuleto

Dominando vários temas.

FONTES CONSULTADAS:

ABREU, Márcia. História de cordéis e folhetos. Campinas, SP: Mercado das Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1999. p. 92.

BARROSO, Maria Helenice. No palco das reminiscências: as cores do cordel no Brasil e em Portugal. 2013. 258 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília, 2013.

CURRAN, Mark J. História do Brasil em cordel. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998. p. 43.

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. Folhetos de papel: memórias do cordel. Disponível em: <http://docvirt.cohttp://docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=RuiCordel&pasta=Folhetos%20Raros%20de%20Leandro%20Gomes%20de%20Barros%20-%20Colecao%20SNB%20-%20Poemas%20Completos&pesq=m/docreader.net/docreader.aspx?bib=RuiCordel&pasta=Folhetos%20Raros%20de%20Leandro%20Gomes%20de%20Barros%20-20Colecao%20SNB%20-%20Poemas%20Completos&pesq=>. Acesso em: 10 out. 2014.

LOPES, José Ribamar. Literatura de cordel: antologia. Fortaleza. BNB. 1982, p. 19; Proença, 1986, p. 577.

MARQUES, Francisco Cláudio Alves. O poeta popular Leandro Gomes de Barros e a sátira ao discurso burguês-militarista no contexto da primeira república. Miscelânea Revista de Pós-graduação em Letras, Marília, v. 9, p. 320-341, jan./jun. 2011.

MAYA, Ivone da Silva Ramos. O Poeta de cordel e a primeira república: a voz visível do popular. 2006. 141 f. Dissertação (Mestrado em História, Política e Bens Culturais) – Centro de Pesquisa e Documentação Histórica da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <bitstream/handle/10438/2134/CPDOC2006IvonedaSilvaRamosMaya.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 out. 2014.

PROENÇA, Manoel Cavalcanti. Antologia literatura popular em verso. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1986. p. 575

SILVA, José Itamar Sales da. A representação da sogra na obra de Leandro Gomes de Barros. 127 f. Dissertação (Mestrado em Literatura e Interculturalidade) Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, PB, 2010.

TERRA, Ruth Brito Lemos. Memória de lutas: literatura de folhetos no Nordeste (1893-1930). São Paulo: Global, 1983. p. 40.

VIANA, Antônio Klévisson. Leandro Gomes de Barros: o pioneiro da Literatura de Cordel. Fortaleza: Tupynanquim, 2005.

PROENÇA, Manoel Cavalcanti. Antologia literatura popular em verso. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1986.

Poeta Antônio Klévisson Viana Lima – Síntese biográfica

Antônio Klévisson Viana Lima – (03/11/1972 -)

Natural de Quixeramobim, Sertão Central do Ceará, Klévisson Viana nasceu em 03 de novembro de 1972, cresceu em meio a canções, repentes de viola e rodas de glosas, cordel e reisado, o que culminou com sua verve poética e empreendedora fundando em 1990 a Editora Tupynanquim, especializada em literatura de cordel com sede em na cidade de Fortaleza, Ceará.

Klevissón Viana transita entre vários gêneros da poética popular, é reconhecido também por seu talento no desenho tornando-se cartunista com participação em exposições internacionais, além de poeta e editor. Premiado, o cearense em parceria com o quadrinista Flávio Colin, Júlio Shimamoto e Mozart Couto, ganhou seu segundo troféu HQ Mix, ilustrando as histórias do roteirista Wellington Srbek. Em 2003, recebeu com a HP-cordel A moça que namorou o bode, mais um troféu HQ Mix: o de Melhor Publicação.

O poeta múltiplo possui trabalhos publicados em países como Bélgica, Holanda, França, Itália e Turquia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Rio de Janeiro (ABLC), Presidente Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará (AESTROFE) e membro da Academia Brasileira de Cordel e Cantoria (ABC), com sede em Fortaleza, Ceará.

FONTES CONSULTADAS:

HAURÉLIO, M. Klévisson Viana. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2011/06/dicionario-basico-de-autores-de-cordel.html>. Acesso em: 11 nov. 2014.

TUPYNANQUIM. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tupynanquim>. Acesso em: 12 nov. 2014.

VIANA, A. Antônio Klévisson Viana. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://www.camarabrasileira.com/cordel21. htm>. Acesso em: 10 nov. 2014.

VIANA, K. Biografia. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://www.bigorna.net/index.php?secao=biografias&id=1127189288>. Acesso em: 10 out. 2014.

Poeta João Antônio de Barros – Síntese biográfica

João Antônio de Barros (24/06/1935 – 11/08/2009)

Natural de Glória de Goitá, estado de Pernambuco, João Antônio de Barros, ou Jotabarros como era conhecido nasceu em 24 de junho de 1935 e faleceu em 11 de agosto de 2009, aos 74 anos de idade na cidade de São Paulo onde residia desde 1973.

O poeta era marceneiro, entalhador, xilógrafo, repentista e cordelista. Viveu inteiramente uma vida dedicada à arte e dela retirou seu sustento, especialmente da venda de seus cordéis e de suas xilogravuras que o tornaram conhecido. Outro de seus atributos artísticos era o repente e as cantigas de improviso acompanhadas do som da viola.

Muitos de seus escritos refletem o olhar do imigrante sobre a cidade de São Paulo, presença marcante em sua produção literária. De espirito crítico lia como ninguém a realidade social tanto que sua obra prima por uma qualidade informacional da realidade histórica, política e social de cada época, a exemplo do verso extraído da obra “Um arranca rabo em São Paulo”:

“No ano de oitenta e três

Perto do ano dois mil

Na capital de São Paulo

No começo de Abril

A fome obrigou o povo

A compromissar o Brasil

 

Há mais de dezoito anos

O povo estava amrrado

Nas cordas da ditadura

Sofrendo angustriado

E havendo democracia

Cobra o seu atrasado”

O poeta é autor de mais de trinta e três obras entre as quais tornou-se muito conhecido pelo clássico “Maria Bonita e Lampião no paraíso tentado por Satanás publicado pela editora Luzeiro”.

FONTES CONSULTADAS:

HAURÉLIO, M. João Antônio de Barros. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2011/06 /dicionario-basico-de-autores-de-cordel.html>. Acesso em: 18 nov. 2014.

BARROS, J. A. Perfis. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://www.casarui barbosa.gov.br/cordel/janela_perfis.html>. Acesso em: 10 out.  2014.

______. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://archive.today/18rx#selection-221.0-223.474>. Acesso em: 18 nov. 2014.

______. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://gloriadogoitacultural.blogspot.com.br/2011/02/gloria-do-goita-cultural-escritores.html>. Acesso em: 18 nov. 2014.

GALVÃO, A. M. O. Cordel leitores e ouvintes. Belo Horizonte: Autêntica 2001.

CARDOSO, L. Literatura de cordel: uma questão da historiografia literária brasileira. [S.l.]: Clube de Autores, 2008.

SANTOS, L. A. A. Literatura de cordel e migração nordestina: tradição e deslocamento. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://www.gelbc.com.br/pdf_revista/3505. pdf> . Acesso em: 12 dez. 2014.

 

Poeta Marcus Haurélio Fernandes Farias – Síntese biográfica

Marcus Haurélio Fernandes Farias  (05/07/1974)

Natural de Ponta da Serra, município de Riacho de Santana no sertão baiano o poeta popular, folclorista, revisor e selecionador de textos para editoras brasileiras, palestrante, homem da palavra, que transita entre a teoria e a prática da literatura popular. Licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus VI – Caetité. O autor faz uso de seu conhecimento acadêmico, sem deixar de lado sua verve poética. Lança-se no mercado editorial brasileiro trabalhando com adaptações dos grandes Clássicos da Literatura, a exemplo da obra Lucíola de José de Alencar, A megera domada, de William Shakespeare, e O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, uma das obras ganhadoras do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010, do Ministério da Cultura, na categoria Produção (livros e CDs).

Sua produção de aceitação nacional, o faz reconhecido no campo dos estudos folclóricos e da literatura de cordel, tornando-se um dos escritores que desenvolve parcerias com grandes nomes da poética e da critica literária, bem como do jornalismo culto, a exemplo de Jô Soares.

Vários dos livros de sua autoria foram selecionados por programas de governo, como o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Ministério da Educação, desenvolvido desde 1997, com o objetivo de promover o acesso à cultura e o incentivo à leitura de alunos e professores por meio da distribuição de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de referência, Apoio ao Saber e Salas de Leitura, do Estado de São Paulo, Minha Biblioteca, da prefeitura paulistana, Leitura para a Cidadania, promovido pela Paulus Editora e o Programa Itaú Social. Nesse sentido, suas obras circulam o país atingindo e formando leitores em todas as faixas etárias.

O poeta-escritor recebeu forte influência da poesia de Leandro Gomes de Barros poeta paraibano radicado no velho Recife, Minelvino Francisco Silva e Rodolfo Coelho Cavalcante, Manoel Pereira Sobrinho e Delarme Monteiro da Silva. É também o idealizador da coleção Fábulas do Brasil em Cordel, da editora Leya. É colaborador do Centro de Estudos Ataíde Oliveira, da Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

FONTES CONSULTADAS

FARIAS, Marcus Haurélio Fernandes, Galopando o cavalo pensamento. Fortaleza, CE: Tupynanquim, 2007. 8 p.

______. Traquinagens de João Grilo. Fortaleza, CE: Tupynanquim, [200-?]. 16 p

HÁURÉLIO, Marco. Cordel Atemporal: espaço dedicado à literatura de cordel e a divulgação da cultura popular brasileira. Disponível em: <http://marcohaurelio.blogspot.com.b r/p/contato.html>. Acesso em: 10 out. 2014.

______. In: O NORDESTE: enciclopédia do Nordeste. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopedia Nordeste/index.php?titulo=Marco+Haur%C3%A9lio>. Acesso em: 09 out. 2014.

______.  Literatura de cordel: do sertão à sala de aula. São Paulo: Paulus, 2013.

 PROGRAMA NACIONAL Biblioteca da Escola. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content &view=article&id=12368:programa-nacional-biblioteca-da-escola&catid=309:programa-nacional-biblioteca-da-escola&Itemid=574>. Acesso em: 10 out. 2014.

WIKIPEDIA. Marco Haurélio. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Haur%C3%A9lio>. Acesso em: 11 nov. 2014.

Poeta Marcus Moraes Accioly – Síntese biográfica

Marcus Moraes Accioly (21/01/1943)

Pernambucano, natural da cidade de Aliança, Marcos Accyoly como é conhecido nasceu no Engenho Laureano em 21 de janeiro de 1943. Formou-se em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco e fez mestrado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco, onde ingressou como professor de Teoria Literária e Literatura Brasileira na mesma universidade. Seu interesse literário antecede sua formação em literatura e o conduz nesse caminho tornando-o reconhecido por seus escritos que em sua maioria traz as marcas da cultura nordestina sem deixar de lado seus aspectos geográficos expressivamente do sertão nordestino. Tanto que integra o Movimento Armorial que de acordo com Santana tem seu alicerce teórico na obra do escritor paraibano Ariano Suassuna que fundiu elementos da cultura popular do povo nordestino na relação com a literatura clássica. O movimento busca atingir todas as expressões e modalidades artísticas que vão desde a música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões. Tal movimento, ganhou a adesão de inúmeros intelectuais da época, em contraposição a força cultural estadunidense que tendia expandir-se e sufocar nossa brasilidade.

A produção da poética armorial vinculou-se fortemente à produção da literatura de cordel, à moda de viola, a instrumentos como a rabeca, criando uma atmosfera sonora que sustenta o canto dos músicos que seguem tal filosofia, da qual Accioly participou ativamente. Em seus escritos o poeta-escritor tem o Nordeste como tema, compondo poemas em torno de vários eixos regionais, geográficos e culturais do sertão nordestino.

Segundo Fábio Lucas citado por Antônio Miranda Accioly é um […] domador de palavras, dum fascinado de todos os jogos que a boa Retórica, antiga e moderna, oferece aos artífices do encantamento por meio da expressão verbal. Marcus Accioly faz a coreografia de todos os ritmos, pratica as convenções e as audácias de todos os tempos. Nesse sentido vale conferir seu ecletismo poético, por meio do fragmento do cordel GURIATÃ: um cordel para menino

 […]

Do trem-de-ferro

Quem grita na noite?

 

Não vejo ninguém,

É o eco do grito

Do apito do trem,

É a boca-da-noite

Que grita também,

É o eco do eco

Que ecoa no além.

 

Quem grita na noite?

 

Não vejo ninguém,

É o grito da ponte

Debaixo do trem,

É o vento que chora

Por morte de alguém,

é o coro das almas

Que dizem amém.

 

Quem grita na noite?

 

Não vejo ninguém,

É a boca-do-túnel

Na frente do trem,

É o grito sem grito

De um eco que vem

Dos montes que aos montes

Ecoam mais cem.

 

Quem grita na noite?

Em sua trajetória literária, o poeta-escritor recebeu vários prêmios, com destaque para as obras Narciso, Sisifo, Nordestinados, Latiamérica, sendo com Narciso, o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte em 1985; e no mesmo ano e com a mesma obra o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras; Com Sísifo/1976 e Nordestinados recebeu por duas vezes consecutivas o Prêmio Recife de Humanidades, entre outros.

Do ponto de vista de sua atuação ocupou o cargo de vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), seção Pernambuco, é ainda membro da Academia Pernambucana de Letras. NO campo público ocupou vários cargos, a exemplo de Coordenador Cultural do Nordeste/ MEC na gestão de Eduardo Portella e também foi Secretário Executivo do Ministério da Cultura, gestão Antônio Houaiss.

Atualmente, prossegue em sua produção literária tendo dez livros inéditos, e contribui para o Jornal do Commercio com artigos de opinião publicados quinzenalmente às quintas-feiras.

 

FONTES CONSULTADAS

MIRANDA, Antônio. Marco Accioly. In: POESIAS dos Brasis. Disponível em:  <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_ brasis/pernambuco/marcus_accioly.html>. Acesso em: 10 ago. 2014.

SANTANA, Ana Lúcia. Movimento Armorial. In: INFOESCOLA: navegando e aprendendo. Disponível em: <http://www.infoescola.com/artes/movimento-armorial/>. Acesso em: 10 ago. 2014.

Poeta Marcos Aurélio Gomes de Carvalho – Síntese biográfica

Marcos Aurélio Gomes de Carvalho

Natural da cidade de Bodocó, alto sertão pernambucano, o poeta Marco Di Aurélio inclui em seu currículo vasta experiência profissional que o tornara poeta de um lirismo límpido sensível às causas sociais e ao próximo, razão que provavelmente conduz a sua entrega total as raízes e a cultura popular nordestina. Sua verve poética e artística o conduz pelas artes plásticas, pelo cinema, pela fotografia pelos palcos, pelos contos e, sobretudo pela poética, muito embora se declara em seu Cordel intitulado AUTODIDATA, como transcrito:

Sou apenas um poeta

de letras ajuntador

não completei a escola

me ocupei trabalhador

mas não sou ignorante

de leitura interessante

nisso sim me fiz doutor.

 

Um doutor de entender

da vida sua grandeza

do mundo e seus confins

do belo a realeza

da rosa em seu carmim

da pureza de um jardim

ultrapassando a beleza.

 

Um doutor de entender

que a vida pura e bela

é um céu azul e branco

é um sítio sem cancela

uma canção entoada

uma vida derramada

e a gente em cima dela

 

Um doutor de entender

que tudo que vai tem volta

de um bicho que se prende

de outro que assim se solta

no ciclo da inspiração

em sua respiração

que no mundo não se esgota.

 

De entender que o destino

parece querendo ser

uma coisa já traçada

aquilo que tem que haver

pois não existe uma praça

o seu ar a sua graça

se não houver um querer.

 

Portanto sei entender

que a vida que aqui se tem

o tudo que aqui se faz

se projeta muito além

não vivemos numa estrada

como rota já traçada

a vida não é um trem

É preciso se buscar

no meio do existir

em tudo que se pensar

no chorar ou no sorrir

que a vida é qual o vento

que povoa o firmamento

eternamente a fluir.

 

Toda cosmologia

tenta mas não explica

o teor de tudo ser

enfeita e até complica

a razão do seu querer

procurando conhecer

o tudo que multiplica.

Como toda vida é

um conjunto de ilusão

construída ela está

pelo pó em suspensão

e a cada sopro vai

se levanta e depois cai

em nova combinação.

 

Em sua poética Marco Di Aurélio marca sua produção pelo tradicionalismo poético que caracteriza o cordel desde o conteúdo ao aspecto físico e xilográfico. Por outro lado, isto não o caracteriza conservador em seus posicionamentos, encarna um regionalismo nativista, sem radicalismos nem barreiras conservadoras. Escritor e cordelista, autor de vários folhetos de Literatura de Cordel, feitor de poemas e militante da Academia Paraibana de Poesias. Entre outras publicações, é autor do livro de contos autobiográficos sobre as coisas do sertão Com-Caso.

Sua obra transita do cordel ao soneto, do aboio à poesia moderna, das incelências aos musicais e documentário, tornando-se o autor da primeira edição de literatura de cordel no sistema Braille no Brasil, atividade que iniciou por meio do patrocínio da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de João Pessoa, onde atualmente é radicado.

 

SABER DE NÓS

Saber de mim

é saber pouco

pois é de mim

saber-se o outro

quando bem sei

que lendo a lei

sou só um louco.

 

Saber de ti

sei que existo

sabendo nós

sabemos misto

querendo a dois

sabemos pois

desse imprevisto.

 

Não sabem eles

nossa loucura

eu que escrevo

essa estrutura

e tu não vês

quando me lês

não temos cura.

FONTES CONSULTADAS

BELIZÁRIO NETO, Manoel Messias. Cordelista pernambucano radicado na Paraíba, Marco Di Aurélio. In: CORDEL Paraíba: espaço destinado à publicação de poemas e informações diversas relacionadas com a literatura de cordel. Disponível em: <http://cordelparaiba.blogspot.com.br/2010/ 05/cordelista-pernambucano-radicado-na.html>. Acesso em: 10 nov. 2014.

CARVALHO, Marcos Aurélio Gomes de, (Marco di Aurélio). Arubu.  [S.l.]: [s.n.], 2001.  

MARCO DI Aurélio. Jornal da Besta Fubana. Disponível em: <http://www.luizberto.com/coluna/lapa-de-quengo-marco-di-aurelio>. Acesso em: 10 out. 2014.

VIEIRA, Fátima. Marco Di Aurélio. Disponível em: <http://www.fatima-vieira.com/marco_25.html>. Acesso em: 10 out. 2014.

Poeta Marcelo Alves Soares – Síntese biográfica

Marcelo Alves Soares (1953)

Um dos mais significativos poetas cordelistas da atualidade, Marcelo Soares herdou de seu pai, José Soares, o poeta-repórter (1914-1981) o faro jornalístico e o senso crítico que, aliados a uma incrível variedade de estilos e modalidades na arte de versejar, tornam seus cordéis leitura deliciosa, sobretudo pelo domínio e o conhecimento que demonstra possuir em rima, verso e oração. Adota vários pseudônimos em sua obra tais como: H. Romeu, H. Tadeu Luz, Pessoa dos Anjos, Ad. Vinhão Vidente, Joaquim Quincas e Marcelo Olecram, conforme informe do próprio autor a Maria Alice Amorim.

O artista poeta, residente na cidade João Pessoa, Paraíba, destaca-se ainda nas artes gráficas, pelo desenho, pela pintura cujo talento levou-o a criação de capas e ilustrações para livros, discos, cartazes de filmes, shows, espetáculos teatrais, destacando-se, sobretudo pelas xilogravuras. Inclui ainda em seu vasto currículo sua verve poética, editor, educador e músico na categoria de forró.

Seu talento o levou a atuar em várias editoras Brasiliense, ltatiaia, Prelo, Paulinas, Contexto e Global e para jornais como O Globo, Jornal do Brasil, O Pasquim, Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco. Seu trabalho teve o reconhecimento de Ariano Suassuna com quem trabalhou por quatro anos consecutivos.

Como xilógrafo iniciou sua carreira com o primeiro curso realizado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1984), ensinou na Escolinha de Arte do Brasil (1984-1985) e trabalhou no ateliê de Augusto Rodrigues (1987-1991). Retornando a Pernambuco, Marcelo tornou-se Diretor de Cultura do Município de Timbaúba (1992-1996), fundou a Folheteria Cordel (1997), trabalhou com Ariano Suassuna (1994-1998), ministrou oficinas de gravura, no Brasil e nas cidades de Marseille, Toulon, Poitiers e Paris, em 2005, durante as comemorações do Ano do Brasil na França, e na Universidade do Porto, em Portugal, em 2007. Em 2008, tornou-se Artista Visitante na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). Em 2009 viajou aos EUA para participar da Folk Art International Market em Santa Fé, New México.

Na atualidade destaca-se como um dos mais talentosos e indiscutivelmente, um dos grandes xilogravuristas e cordelistas, divulgador e conservador das tradições culturais nordestinas. Sua poética rica de um lirismo peculiar, o xilógrafo-poeta ou poeta artista, carrega em suas criações as relações com o cotidiano, trazendo a lume temáticas revestidas de um certo criticismo ao momento histórico, político e cultural do país, sem deixar de lado o aspecto humorístico presente em suas produções. O xilógrafo poeta é ainda membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel em Pernambuco desde 2011.

FONTES CONSULTADAS

ACADEMIA Brasileira de Literatura de Cordel em Pernambuco. Marcelo Soares. Disponível em: <http://acordacordel.blogspot.com.br/2011/09/ablc-em-caruaru.html>. Acesso em: 01 out. 2014.

ALMEIDA, Verucci Domingos de; NASCIMENTO, Adriana Vicente do. Dialogando textos, discutindo leituras: um trabalho com cordéis em sala de aula. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/revistas/enlije/trabalhos/5657018fc1400ce07262256c558128dc_535_196_.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014.

MARCELO Soares. In: O NORDESTE: enciclopédia do Nordeste. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/ enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Marcelo+Soares>. Acesso em: 09 out. 2014.

MARCELO SOARES. Disponível em: <http://www. marcelosoares.org/>. Acesso em: 10 out. 2014.

NO pé da parede. Parabéns poeta e xilógrafo Marcelo Soares. Disponível em: <http://nopedaparede.blogspot.com.br/ 2007/11/parabens-poeta-e-xilografo-marcelo.html>. Acesso em: 10 out. 2014.

POETA popular Marcelo Soares é o palestrante convidado da Roda de Leitura. Disponível em: <http://www.joaopessoa .pb.gov.br/poeta-popular-marcelo-soares-e-o-palestrante-convidado-da-roda-de-leitura/>. Acesso em: 28 jun. 2014.

Poeta Paulo Nunes Batista – Síntese biográfica

Paulo Nunes Batista (02/08/1924)

Paulo Nunes Batista, nascido dia 02 de agosto de 1924, capital do Estado da Paraiba, ou seja, Parahyba do Norte, que posterior a revolução de 1930 e após a morte de João Pessoa, passando a chamar-se João Pessoa. O poeta já nasceu circundado por intelectuais e cordelista. Conforme Haurélio, seu pai, Francisco das Chagas Batista era cordelista, apoiado pelo blog da Casa Rui Barbosa que acrescenta a atividade de folclorista e o nome da genitora do poeta Hugolina Nunes Batista. Alem de cordelista, escritor, contista é advogado e jornalista.

Pelas suas posições ideias políticas Santana e Oliveira narra, que: “Na década de 1930, foi preso em diversas cidades brasileiras, pela sua participação e envolvimento com o Partido Comunista.” Embora se tenha conhecimento do fato e se dizendo comunista Nunes jamais se agregou oficialmente a qualquer legenda política.

No entanto, com relação as suas atividades intelectuais e culturais, faz parte de algumas instituições, ocupando a cadeira de número 8 na  qual foi empossado em 31 de agosto de 2000  diz Santana e Oliveira. Publicou mais de 130 folhetos de cordel e 28 livros de contos e poemas grande número através da Editora e Gráfica Franciscana, Petrolina, Ceará, 2007,  desta forma, seus escritos estão presentes na literatura brasileira.

Sua formação intelectual teve inicio em João Pessoa onde estudou o primário e, em Goiânia concluiu o curso de Madureza, “do curso de educação de jovens e adultos Após – e também do exame final de aprovação do curso – que ministrava disciplinas dos antigos ginásio e colegial, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1961.” formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Anápolis, em 1977.

Em 1969, por concurso público, ingressou no Fisco Estadual e trabalhou em diversas cidades goianas. Hoje é aposentado.

Após morar em vários estados do Nordeste Alagoas e Bahia, Sudoeste Rio de Janeiro e São Paulo e Minas Gerais. Em 1947 fixou residência em Anápolis no estado de Goiás. Ali, em 1949, publicou o seu primeiro folheto de cordel pela Tipografia do jornal A luta. De acordo com Haurélio, “Seus textos poéticos foram traduzidos até para o japonês”.

Ainda com relação a publicação da sua obra,  Santana e Oliveira firmam que: “Suas obras foram traduzidas para  o inglês, espanhol, italiano, esperanto e braille.”

“Escreveu e editou dezenas de livros, sendo, no cordel, o ABC a modalidade que mais abraçou” garante Aurélio. O blog da casa de Rui Barbosa relata que: “Outra característica do poeta são os folhetos de utilidade pública voltados para o esclarecimento da população”. Para Altimar de Alencar Pimentel citado por Antônio Miranda  em seu blog, acrescenta: […] é esse lirismo, expressão maior do seu amor ao próximo, às coisas, à vida, o ponto mais alto da poesia de Paulo Nunes Batista, onde ele se despoja de compromissos ideológicos, para permitir que o poema surja pleno, límpido, cristalino”, a exemplo do poema Velhas Praias, dedicado a Francisco Miguel de Moura:

Ó minhas lavas praias nordestinas,

enfeitadas com velas de jangadas,

que, sobre o mar, vão leves, enfunadas

ao vento bom das ilusões meninas.

 

Praias perdidas na longíngua infância,

mas que retornam na sutil fragancia,

no adeus dos coqueirais, que o ser me invade…

 

Praias de brisas mansas soluçando…

Os olhos do Menino marejando…

E o coração chorando de saudades…

Atuou “também como professor lecionando a língua portuguesa no Colégio Comercial daquela cidade em 1950”.

Leitores eu vou contar

A vida de Bico Doce

Sujeito mais sabido

Que neste mundo encontrou-se

O próprio Cancão de Fogo

Com ele um dia embrulhou-se.

 

Zé  Bico Doce nasceu

Disse-me quem assistiu

Antes do tempo esperado

Para o mundo ele existiu;

Nasceu andando e falando

Coisa que nunca existiu

 FONTES CONSULTADAS

BATISTA, Paulo Nunes. Disponível em: <http://academiagoianadeletras.org/membro/paulo-nunes-batista/>. Acesso em: 28 out. 2014.

BATISTA, Paulo Nunes. Sonetos seletos. Petrolina, PE: Franciscana, 2005. 100 p.

PERFIS biográficos. Paulo Nunes Batista. Disponível em: <www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/janela_perfis.html>. Acesso em: 28 out. 2014.

CORDEL Atemporal. BATISTA, Paulo Nunes. In: DICIONÁRIO básico de autores de Cordel. Disponível em: <http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2011/06/dicionario-basico-de-autores-de-cordel.html>. Acesso em: 20 out. 2014.

MENEZES, Ebenezer Takuno de;  SANTOS, Thais Helena dos. Madureza” (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira: EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002. Disponível em:  <http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/ dicionario.asp?id=293>. Acesso em: 28 nov. 2014.

MIRANDA, Antonio. Paulo Nunes Batista. InPOESIAS dos Brasis. Disponível em: <http://www.antoniomiranda. com.br/poesia_brasis/goias/paulo_nunes_batista.html>. Acesso em: 10 out. 2014.

SANTANA Ana Elisa; OLIVEIRA, Noelle. Cordelista e escritor, Paulo Nunes Batista fala de seus mais de 28 livros publicados. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/ cultura/2014/04/cordelista-e-escritor-paulo-nunes-batista-fala-de-seus-mais-de-28-livros-publicados>. Acesso em: 20 out. 2014.