Severino Milanês Silva (1906 -1956 ou 1967)
Severino Milanês da Silva é natural de Bezerros, Pernambuco. Ficou conhecido como poeta popular, cantador, repentista e romancista. Da sua morte, sabe-se que faleceu no município de Vitória de Santo Antão, entretanto, há controvérsia quanto ao ano chegando a ser uma diferença de 11 anos: 1956 ou 1967.
De acordo com Benjamim, no site Casa de Rui Barbosa, “….produção é bastante diversificada. É autor do Forte Pernambucano, escrito na década de 40, um marco, gênero de poema mais longo realizado pelos poetas de gabinete, aqueles que só escreviam e em geral, não eram cantadores, ampliando ainda mais seu campo de ação, já que possuía fama de grande repentista e glosador”.
Como romancista, ele imortalizou alguns na memória dos seus admiradores especialmente os que escolhiam as histórias de amor, de príncipe e princesa e reinados fictícios.
Conforme o texto do blog Jornal de Besta Fubana de Luiz Berto reiterado pelo de Carlito Lima: “Milanês não era muito cuidadoso com a geografia nem com a história. Vez por outra abusava da “licença poética” na composição de seus romances, que às vezes beiram o surrealismo, mistura gênios e fadas com índios guerreiros e gigantes desaforados que chamam o herói de “cabrinha” e outros xingamentos tipicamente nordestinos no auge da luta”.
A greve dos bichos
Muito antes do dilúvio
Era o mundo diferente
Os bichos todos falavam
Melhor do que muita gente
E passavam boa vida
Vestido de Marinheiro
O cachorro era cantor
Gostava de serenata
Andava muito cintado
De colete e de gravata
Trabalhando honestamente.
O diretor dos Correios
Era o doutor Jaboby
O fiscal do litoral
Era o matreiro Siry
Que tinha como ajudante
O malandro do Siry.
O rato foi nomeado
Para chefe aduaneiro
Fazendo muita “moaba”
Ganhando muito dinheiro
Com o Camundango ordenaça,
Passava a noite na rua
Mais o Besouro e a Barata
O príncipe do Barro Branco
O Reino do Barro Branco
É detrás de uma colina
Cercado por quatro rios
De água potável e fina
Fica nos confins da Ásia
Bem perto da Palestina
História de Valentão do mundo;
Valentão do Mundo é
Conhecido na história
Venceu e não foi vencido
Teve consigo esta glória
Em toda luta trazia
O triunfo da vitória.
Nas caçadas enfrentava
As mais temerosas lutas
Subjugava nas serras
As feras absolutas
Pegava onça nas furnas
Matava dentro das grutas.
O príncipe do Barro Branco
O Reino do Barro Branco
É detrás de uma colina
Cercado por quatro rios
De água potável e fina
Fica nos confins da Ásia
Bem perto da Palestina
História de Valentão do mundo
Valentão do Mundo é
Conhecido na história
Venceu e não foi vencido
Teve consigo esta glória
Em toda luta trazia
O triunfo da vitória.
Nas caçadas enfrentava
As mais temerosas lutas
Subjugava nas serras
As feras absolutas
Pegava onça nas furnas
Matava dentro das grutas.
FONTES CONSULTADAS
SEVERINO Milanês Silva. Peleja de Pinto e Milanês, um clássico do cordel. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: <http://www.luizberto.com/mala-da-cobra-arievaldo-vianna/peleja-de-pinto-e-milanes-um-classico-do-cordel>. Acesso em: 27 out. 2014.
BLOG do Carlito Lima. Severino Milanês Silva. [S.l.: s.n., 20?]. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2014.