Maria Godelivie Cavalcanti de Oliveira
Natural da cidade de Campina Granda, Paraíba, Maria Godelivie nasceu em 14 outubro de 1959. Seu envolvimento com a literatura popular se deu por intermédio de seu pai que frequentemente adquiria folhetos de Cordel e os lia para ela. Ao ser alfabetizada, Maria acompanhava o pai a feira central da Cidade onde encontrara um vasto número de violeiros, cantadores, cordelistas, poetas que lhes atraia sua atenção e admiração.
Curso Letras pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) onde cursou a disciplina de Literatura Popular, reacendendo a paixão pela antiga poesia, bem como lhe despertou a vontade de produzir o mesmo gênero literário transformando-a em poetisa, cordelista e educadora. Nessa última de suas funções sempre atrela o ensino a presença do cordel em sala de aula. De acordo com Queiroz (2006) a cordelista se utiliza do cordel na sala de aula tanto os de sua autoria como de outros autores, momento em que adentra na estrutura narrativa do texto, dos personagens, bem como inclui um certo tom humorístico na relação com o pedagógico em seus escritos, a poetisa cumpre o papel de transmissão de valores no processo de modernização da sociedade contemporânea, para tanto adota títulos jocosos como forma de atrair o interesse do leitor, nesse sentido temos como exemplo: O Doidinho bem dotado, de 2003 e O gostosão, de 2002. Este último refere-se ao triangulo amoroso
Minha nossa! Meu Senhor!
Onde fui eu me meter,
Arranjar duas mulheres?
Eu não tinha o que fazer?
Agora já não sei mais
Como o caso resolver
Sou casado de aliança
Perante padre e juiz
A mulher legítima é braba,
Prometeu? Faz o que diz,
E eu, o que vou fazer
Com esse impasse infeliz.
Outra característica de seus escritos revela-se na sensibilidade em retratar a mulher representada por sua integridade de caráter, firmeza e perspicácia com que enfrenta fatos do cotidiano. Por outro lado esta mesma mulher é também denunciadora de preconceitos sedimentados na memória e tradição popular. O equilíbrio manifesta-se no percurso da ação, entre o comportamento individual e o coletivo. Para Queiroz (2006, p. 80) Maria Godelivie “Vale-se da maneira mais conservadora para metrificar seus versos e tratando de temas do cotidiano, da oralidade que lhe foi passada através de diversas fontes e resgatando mitos e lendas, a poetisa busca a transformação de atitudes, crenças e valores, construindo socialmente, uma outra representação ideológica. É a voz insurgente da mulher no contexto da literatura de cordel”.
FONTES CONSULTADAS
QUEIROZ, Doralice Alves de. Mulheres cordelistas: percepções do universo feminino na literatura de cordel. 2006. 121 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-graduação Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
O NORDESTE. Maria Godelivie. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Maria+Godelivie>. Acesso em: 12 nov. 2014.
Paraiba CRIATIVA. Maria Godelivie. Disponível em: <http://www.paraibacriativa.com.br/539/maria-godelivie.html.>. Acesso em: 10 set. 2014.