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Poeta Joaquim Batista de Sena – Síntese biográfica

Joaquim Batista de Sena (21/05/1912 – 1990)

Nasceu no dia 21 de maio de 1912, em Fazenda Velha, do termo de Bananeiras, hoje pertencente ao município de Solânea-PB. Faleceu no distrito de Antônio Diogo (Redenção, Ceará) no início da década de 90. Autodidata, adquiriu vasto conhecimento sobre cultura popular e era um defensor intransigente da poesia popular nordestina. Começou como cantador de viola, permanecendo três anos neste ofício, no final da década de 30.

No início da década de 40, vendeu um sítio de sua propriedade e adquiriu sua primeira tipografia, que funcionou algum tempo na cidade de Guarabira, Paraíba, transferindo-se depois para Fortaleza, onde atuou durante muitos anos. Na capital cearense, sua tipografia adotou o nome de “Graças Fátima”. O poeta explicava a razão desse título: durante a passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima pelo Nordeste, na década de 50, ele conseguiu ganhar muito dinheiro vendendo folhetos sobre a visita da santa, ampliando consideravelmente seus negócios. Por essa época, foi vítima de um naufrágio da Baía de Quebra-Potes (Maranhão), salvou-se nadando, mas perdeu uma mala de folhetos contendo diversos originais.

Em 1973, vendeu sua gráfica e sua propriedade literária para Manoel Caboclo e Silva e tentou estabelecer-se no Rio de Janeiro, também no ramo da literatura de cordel, mas não foi bem sucedido. De volta ao Ceará, ainda editou alguns folhetos de sucesso, como o que escreveu em parceria com Vidal Santos, sobre o desastre aéreo da Serra da Aratanha (Pacatuba, Ceará), onde faleceu, dentre outros, o industrial Edson Queiroz.

Sena era um grande poeta, de verve apurada e rico vocabulário. Conhecia bem os costumes, a fauna, a flora e a geografia nordestina, motivo pelo qual seus romances eram ricos em descrições dessa natureza. Pode-se dizer que com a sua morte, fechou-se um ciclo na poesia popular nordestina e o gênero “romance” perdeu um de seus maiores poetas. Só agora, no início deste novo século, surgem novos romancistas que pretendem dar continuidade à trilha deixada pelo mestre.

FONTES CONSULTADAS

CÂMARA Brasileira de Jovens Escritores. Joaquim Batista de Sena. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em <http://www.camarabrasileira.com/cordel14.htm>. Acesso em: 15 nov. 2014.

CARVALHO, Reinaldo Forte. Cordel, almanaques e horóscopos: e(ru)dição dos folhetos populares em Juazeiro do Norte-CE. (1940 – 1960). 2008. 136 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Ceará, Programa de Pós-graduação em História e Culturas, Fortaleza, 2008.

GONÇALVES. Marco Antonio. Cordel híbrido, contemporâneo e cosmopolita. Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 4,  n. 1, p. 21-38, 2007.

GONÇALVES. Marco Antonio. Nordeste e antinordeste: a experiência nordestina contemporânea através do Mundo Poético do Cordel. [S.l.: s.n], 2008.   Disponível em: Users/Beth/Downloads/CORDEL.pdf.> Acesso em: 04 ago. 2014.

 MENEZES NETO, Geraldo Magella de. A exclusão do cordel do cânone literário paraense: uma discussão sobre literatura de cordel, cultura popular e folclore. Revista Estudos Amazônicos, v. 7, n. 1, p. 198-236, 2012.

PINTO JUNIOR, Edivaldo Gomes; CIPRIANO, Maria do Socorro. A dimensão da propriedade intelectual na literatura de cordel. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://www.rn.anpuh.org/evento/veeh/ST06/A%20DIMENSAO%20DA%20PROPRIEDADE%20INTELECTUAL%20NA%20LITERATURA%20DE%20CORDEL.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2014.

ROCHA, José Maria Tenório. Cultura greco-romana nos cantares do povo nordestino. [S.l.: s.n.: 20?]. Disponível em: <http://www.lacult.org/docc/oralidad_05_32-37-cultura-greco-romana.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2014.

Poeta Joaquim Batista de Sena – Produção Literária

A filha noiva do pai, ou amor culpa e Pedrão

A morte comanda o cangaço

A triste partida de Francisco do Vale e Maria Romana Os Romeiros….

As 7 espadas de dores de Maria Santíssima

Elias e Antonieta (2 volumes)

Entre o amor e a morte

Estória de Joãozinho, o filho do caçador

Estória de Manoel Seguro e Manoel Xexeiro

Estória de Vicente e Guiomar

História de Braz e Anália

História de João Valente e o dragão de três cabeças

História de Manoel Nu e a rabeca mágica

História do assassinato de Manoel Machado e a vingança de seu filho Samuel

História do debate do papa de Roma com Roberto Carlos

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História dos três irmãos lavradores e os três cavalos encantados

O louco do cemitério

Os amores de Chiquinha e as bravuras de Apolinário

Os amores de Rosinha e as bravuras de João Grande ou Os valentões do Teixeira