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Poeta Delarme Monteiro da Silva – Síntese biográfica
Delarme Monteiro da Silva (17/04/1918 – )
Delarme Monteiro da Silva nasceu na capital pernambucana, em 17 de abril de 1918. Em 1938, no seio de sua juventude aos 20 anos de vida, Delarme, publicou o seu primeiro romance em verso, A feiticeira do Bosque. O mesmo foi impresso na tipografia de João Martins de Athayde, representando o início de uma parceria traçada entre Delarme e Athayde que, a partir de então, passa a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, editando paralelamente os seus trabalhos, assinados e revendidos por ele mesmo em formato de folhetos.
Nascido e vivido no ventre da cidade de Recife, o poeta fez de lá também a sua morada final, falecendo no ano de 1994.
Sua trajetória literária é marcada por uma vasta produção, reconhecida por sua qualidade, destacando-se pelos temas de mistério e encantamento, presentes em vários de seus folhetos.
Keller (2013) destaca o potencial jornalístico que pode ser agregado ao cordel e, nesse sentido, ela esclarece trazendo como exemplo o cordel de autoria de Delarme, intitulado: A lamentável morte de Getúlio Vargas, feito pelo poeta, imediatamente, após escutar a notícia do suicídio do ex-presidente, veiculada pelo rádio na manhã de 24 de agosto de 1954. Ao saber da notícia, o poeta registrou o acontecimento tomado por uma intensa comoção. Esse cordel obteve grande repercussão; segundo a autora, o sucesso foi tão grande que ele vendeu milhares de exemplares em apenas dois dias.
Cabral (2011) afirma que Delarme Monteiro da Silva, atordoado com a notícia, tratou logo de versejar sobre o acontecido, reproduzindo os passos que teriam levado ao término da vida de Getúlio Vargas. Neste, o poeta chama atenção do leitor ao se dirigir a Getúlio como o “defensor do povo”, trazendo à tona uma representação social em torno de sua pessoa (CABRAL, 2000, p. 12).
Em suas entrelinhas, Delarme compara Getúlio com um “lapidador” de diamantes, que buscou modificar o seu país, lapidando-o de tal forma que o renovou, transformando-o em um novo país. Esta afirmativa pode ser observada em um dos trechos de seu cordel:
A lamentável morte de Getúlio Vargas
[…]
Mas ainda existe um homem
Que confiança nos traz,
Seu governo é relembrado
Pelas obras colossais
Homem de virtudes largas
Seu nome é Getúlio Vargas
Que não promete mais faz.
Getúlio foi o governo
Que brilhou nosso país,
Foi como lapidador
De diamantes, rubis,
Burilou deu nome e fama
Tirando o Brasil da lama,
Cortando o mal pela raiz. (p.2)
No corpo de suas produções, destacam-se também: O Enjeitado de Orion, O Mistério dos Três Anéis, O Sino da Torre Negra, O Morcego Humano, A Fada e o Guerreiro, refletindo os traços de mistérios e encantamentos explorados pelo autor.
Haurélio (2011) relata que Delarme era muito conceituado entre os poetas do Nordeste, destacando suas habilidades culturais e suas inspirações. Revelando-o como um dos poucos autores de cordel que merecem ser reconhecidos como gênio, compondo obras vibrantes que descrevem detalhadamente o contexto em que se passa, remontando inclusive aos aspectos psicológicos de seus personagens. Tavares (2014, p. 156) reconhece-o como um poeta de grande inspiração e bom humor.
Diante do reconhecimento de sua obra, ressalta-se afirmação da professora da ECA- USP e do Programa de Comunicação e Semiótica da PUC/SP e coordenadora do Núcleo de Poéticas da Oralidade, PUC/SP, Jerusa Pires Ferreira, que relata: “Delarme Monteiro da Silva é um dos melhores poetas da nossa literatura de folhetos” (FERREIRA, 2000, p. 6).
FONTES CONSULTADAS
CABRAL, G. G. Getúlio Vargas e as representações nos corpus de folhetos de 1945 a 1954. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA: ANPUH, 26., 2011, São Paulo. Anais …. São Paulo: [s.n.], 2011.
DELARME Monteiro da Silva. Grandes Autores da Literatura de Cordel. [S.l.: s.n, 20?]. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/cordel/1482607>. Acesso em: 24 ago. 2014.
FERREIRA, J. P. O judeu errante. A materialidade da lenda. Revista Olhar, ano 2 , n. 3, jun. 2000.
HAURÉLIO, M. Dicionário básico de autores de cordel. [S.l.: s.n, 20?]. Disponível em: <http://marcohaurelio.blogspot. com.br/2011/ 06/dicionario-basico-de-autores-de-cordel.html>. Acesso em: 19 out. 2014.
KELLER, M. Literatura de cordel: a memória do sertão em folhetos. Memórias do subsolo. [S.l.: s.n, 20?]. Disponível em: <http://lounge.obviousmag.org/memorias_do_subsolo/2013/01/literatura-de-cordel-a-memoria-do-sertao-em-folhetos-de-papel.html>. Acesso em: 03 out. 2014.
PERFIS Biográficos. [S.l.]: Fundação Casa Rui Barbosa, [20?]. Disponível em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/ janela_perfis.html>>. Acesso em: 23 out. 2014.
TAVARES, B.. Contando histórias em versos: poesia e romanceiro popular no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2014.
Poeta Delarme Monteiro da Silva – Produção Literária
A duquesa de Sodoma
A fada e o guerreiro
A poeira tem memória
Concluintes 1983 – Curso de Jornalismo
Doutor Raiz e as ervas milagrosas
História da fada de Borborema
História de Olinda contada pelos meninos da Sé
Joana D Arc a heroína da França
O casamento do cheiroso
O enjeitado de Orion
O mistério dos três anéis
O morcego humano
O sino da Torre Negra
Quem anda na São Domingos já conhece o que é bom
São Jorge e o dragão
Vida e morte de Lampião
Poeta Delarme Monteiro da Silva – Identificação
Nome: Delarme Monteiro da Silva