A cordelista Maria do Rosário Lustosa da Cruz é natural da Capital da Fé, pois nasceu em Juazeiro do Norte (CE) no dia 2 de novembro de 1953 (CRUZ, 2008; MARIA…, [21–]). Desde criança esteve às voltas em performances artísticas, no rádio, cinema e teatro, como quando ainda menina cantava em programa de calouro da Rádio Iracema; jovem, participou do filme biográfico Padre Cícero: os milagres de Juazeiro, que foi lançado em 1976 e foi membro do Grupo Teatral Willian Shakespeare, participando da 1ª Bienal de Artes de Juazeiro do Norte, com a peça teatral, Soraia, Posto 2, de Pedro Bloc. (MARIA…, [21–]).
Tendo a literatura como parte integrante em sua vida, foi aos 39 anos que Maria do Rosário começou a aventurar-se como cordelista e, oito anos depois (2000), passou dedicar-se inteiramente a arte da literatura popular, tendo sido partícipe do Projeto Letras Vivas da Lira Nordestina (2005), com objetivo de resignificar a memória e a produção da literatura de cordel (MARIA…, [21–]).
Para fortalecer a cultura regional trabalhou, em 2011, com o professor Renato Dantas, no projeto da publicação dos 100 cordéis dos 100 Anos de Juazeiro do Norte, patrocinado pelo Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), publicando 100 Anos de Juazeiro Registrados no Cordel. Em 2014 lançou Tempo de Saudade no embalo do cordel e no ano seguinte Crato na Literatura de Cordel (MARIA…, [21–]).
Rosário teve seu primeiro cordel publicado no Projeto SESCordel Novos Talentos. Como poetisa cordelista é artesã das palavras, habilidade também desenvolvida como Griô, cujo produto artístico é a história narrada. Rosário é Griô em projeto da Universidade Regional do Cariri (URCA), pela Lira Nordestina, por meio do Ministério da Cultura (MINC). (CRUZ, 2008; MARIA…, [21–]).
Há 15 anos Maria do Rosário é membro do Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC), tendo ingressado em dezembro de 2001, onde ocupa a cadeira de nº 3; na Academia dos Cordelistas da Cidade do Crato (ACC) ocupa a cadeira de nº 8 desde setembro de 2003; em 2014 ingressou no Instituto Cultural do Cariri (ICC) ocupando a cadeira 39 e na Academia de Xilógrafos e Cordelistas do Cariri, para cadeira 10 e também compõe a Associação dos Poetas de Barbalha (APB) desde 2011 (CRUZ, 2008; CRUZ, 2011; MARIA…, [21–]).
Maria do Rosário é pedagoga (2003) e assistente social (2014) com pós-graduação em Língua Portuguesa e Arte Educação, com pesquisa em Literatura de Cordel (2005). (MARIA…, [21–]). Renato Casimiro ao apresentar a cordelista no folheto Histórias dos De-Comê lá de nós afirma que Maria do Rosário “não escolhe tema para seu versejar. É habilidosa e incorpora sem sofisticação o linguajar dos sertões para falar de suas belezas”. (ROSÁRIO, 2010)
Histórias dos "De-Comê lá de nós" Este cordel que agora aqui eu vou começar é sobre a gastronomia que muito jpa ouvi falar é pra você que nem eu também possa se interessar. Nossa terra tudo dá pela riqueza do chão tem identidade própria que já virou tradição mesclada por seus sabores transmitida em geração. Do índio veio a cultura do milho e da mendioca com o primeiro faz cuscuz faz o angu e a pipoca do segundo o beiju farinha e a tapioca. A carne do boi é a mais gosotsa e preferida faz boa manta de charque podendo comer moída para o bife e o churrasco é sempre uma boa pedida. (ROSÁRIO, 2010)
FONTES CONSULTADAS
CRUZ, Maria do Rosário Lustosa da Cruz. Machado de Assis: o leitor e escritor do Brasil. [S.n.]: Juazeiro do Norte, 2008.
CRUZ, Maria do Rosário Lustosa da Cruz. Poeta Pedro Bandeira: setenta anos de vida pra poesia. [S.n.]: Juazeiro do Norte, 2011.
MARIA DO ROSÁRIO LUSTOSA DA CRUZ. In: Academia de Letras do Brasil – Ceará. [21–]. Disponível em: <http://academiadeletrasdobrasilceara.blogspot.com.br/2015/10/maria-do-rosario-lustosa-da-cruz.html>. Acesso em: 12 out. 2017.
ROSÁRIO, Maria do. Histórias dos De-Comê Lá de Nóis. [S.n.]: Crato, 2010.