O filho de Francisco José Pereira e Maria Djanete Monteiro Pereira, o poeta popular Tiago Monteiro Pereira nasceu na cidade de Pocinhos no estado da Paraíba, em 25 de janeiro de 1984 e casou com Mellina Miranda de Brito Silva Pereira (MONTEIRO, [2017d]).
O cordelista, declamador e compositor Tiago Monteiro é membro da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) onde ocupa a cadeira 39, que tem como patrono o pernambucano João José da Silva. Em seu blog, Tiago se apresenta como apaixonado pela literatura (MONTEIRO, 2017c; [2017d]).
Este poeta pocinhense lançou Obras de Misericórdia em Versos de Cordel e O Futuro a Deus Pertence, no evento da posse na ACVPB, realizado no Espeço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa (PB) no dia 24 janeiro de 2017 (MONTEIRO, 2017c).
Teve o poema Lição para a Vida selecionado no Poetize 2017 – Concurso Nacional de Novos Poetas (Ed. Vivara), que passou a fazer parte do livro Prêmio Poetize 2017: Antologia Poética, lançado no mês subsequente à sua posse na ACVPB. Tiago também foi selecionado em outro concurso da mesma editora, o Poesia Livre 2017 com o poema Sobre Saudade (MONTEIRO, 2017a; 2017b; 2017c).
LIÇÃO PARA A VIDA Quem tem o seu almoço e sua janta Tem riqueza e às vezes não percebe Não se atenta às bênçãos que recebe Uma reza não sai de sua garganta Quando tá na igreja quer ser santa Mas esquece o irmão que passa fome O orgulho egoísta lhe consome Como se nunca fosse padecer Sua carne a terra vai comer E a riqueza que fica o povo come. (MONTEIRO, 2017a) SOBRE SAUDADE Não há saudade maior Do que um amor ausente Dilacera nosso peito Deixa o coração doente A saudade é tão ingrata Que quando a gente não mata Ela vem e mata a gente. […] Oh, saudade traiçoeira Que vive me machucando Dê um tempo ao meu peito Venha só de vez em quando Deixe-me ter alegria Você vindo todo dia Vai acabar me matando. (MONTEIRO, 2017)
Inspirado no poeta José Lorentino da Silva, de Puxinanã (PB), Tiago Monteiro escreveu seu primeiro cordel aos 20 anos (2004) – O Dia em que o Diabo Visitou Pocinhos. Autor de outros cordéis, como Minha Jumenta Filó, Cordel da Despedida e Coleta Seletiva. Do literato que também desempenha o papel de agente cultural, idealizou o Festival de Poesia de Pocinhos (PB) – Recita Pocinhos. Encontramos seu poema popular O Velho no Cabaré, disponível no Recanto das Letras.
O VELHO NO CABARÉ O que diabo vai fazer Um velho num cabaré? Com a ferramenta murcha, Que não para mais em pé. De certo vai tomar uma Ou dar dinheiro a mulher. Digo isso de certeza, Pois já pude comprovar. Eu conheci um senhor Que costuma frequentar Essas casas de orgia Que tem em todo lugar. Ele disse que um dia Recebeu seu ordenado, Correu lá pra tia Dora, Lá pra banda do mercado, Dar uma de gostosão, Pois estava estribado. Saiu emperiquitado E entrou no tal cabaré, Veio bem cinquenta moça Atender a seu José Achando que ele era rico, Tu sabe como é que é. E ele pra fazer média, Pediu logo uma mesa, Perguntou: “O que se come, E o que tem pra sobremesa?” A dona disse: “Escolha! Tem Ana, Têca ou Tereza". Ana só tinha uma perna, Ia por trinta reais, Têca fazia por vinte, Mas parecia o Satanás, Boa só tinha Tereza, Mas era cara demais. Ele nem tava ligando, Ia mesmo com Tereza, Pois a bicha era boa E o corpo uma beleza, Cobrou trezentos reais E disse o preço com firmeza. O velho se acuou, Pediu logo um guaraná, Passou um tempo pensando Se o dinheiro ia dar, Fez as contas com a cabeça E resolveu aceitar. Então foram para o quarto Praticar o combinado, Tereza tirou a roupa, O velho ficou pelado Era "mêi" mundo de beijo E abraço pra todo lado. Ele fez de tudo um pouco, Mas o principal não fez, Pois na hora da entrada A dureza se desfez E ele todo envergonhado Disse: “deixa pra outra vez.”. Ela disse: “meu gatinho, Tem um jeito que resolve, Você fica deitadinho, Bem parado e não se move Que você vai conhecer O famoso meia-nove.” “Que diabo de meia-nove?” Disse José, espantado. Ela disse: “Tenha calma, Pode ficar sossegado, Vá deitando, me espere E fique bem relaxado”. Então o "véi" curioso Para saber como é, Foi fazer o meia-nove, Famoso "cabeça e pé", A nega soltou um peido Na cara de seu José. Ele disse: “Infeliz, Fizeste eu tirar meu terno Pra peidar na minha cara, Quenga do pior inverno? Os outros sessenta e oito Vá soltar lá no inferno. Depois desse acontecido Com o velho seu José, Ele fez uma promessa, Enquanto vida tiver Não gasta real com quenga, Nem pisa num cabaré. (MONTEIRO, 2016)
FONTES CONSULTADAS
QUESTIONÁRIO RESPONDIDO online no blog Memórias da Poesia Popular em 15 de abril de 2017. Disponível em: <https://memoriasdapoesiapopular.com.br/.
MONTEIRO, Tiago. Lição para a vida. In: Tiago Monteiro: poeta cordelista e declamador. [S.l. : s.n.]. 19 jan. 2017a. Disponível em: <http://www.poetatiagomonteiro.com/2017/01/licao-para-vida.html>. Acesso em: 23 jul. 2017.
MONTEIRO, Tiago. Poeta pocinhense ganha seu segundo prêmio nacional de poesia. In: Blog Poeta Tiago Monteiro. [s.l. : s.n.]. 1 abr. 2017b. Disponível em: <http://www.poetatiagomonteiro.com/2017/04/poeta-pocinhense-ganha-seu-segundo.html>. Acesso em: 23 jul. 2017.
MONTEIRO, Tiago. Poeta pocinhense toma posse na Academia de Cordel do Vale do Paraíba. In: Tiago Monteiro: poeta cordelista e declamador. [S.l.: s.n.]. 26 jan. 2017c. Disponível em: <http://www.poetatiagomonteiro.com/2017/01/o-poeta-pocinhense-tiago-monteiro-tomou.html>. Acesso em: 23 jul. 2017.
MONTEIRO, Tiago. Tiago Monteiro – poeta cordelista e declamador. In: Blog Poeta Tiago Monteiro. [s.l.: s.n.]. [2017d]. Disponível em: <http://www.poetatiagomonteiro.com/>. Acesso em: 23 jul. 2017.
MONTEIRO, Tiago. O VELHO NO CABARÉ. In: RECANTO das letras. [S.l.: s.n.], 22 out. 2016. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/cordel/5799493>. Acesso em: 24 jul. 2017.